Dentro de apenas três anos, prevê a Comissão Europeia, cerca de metade dos empregos vão requerer “um nível médio de qualificação”. Os autores desta investigação salientam o papel que o Ensino Profissional desempenha neste caminho: “muitas vezes, esta qualificação será alcançada através de uma formação profissionalizante”.

De resto, as mais-valias que são salientadas pela Comissão Europeia estão relacionadas com duas vertentes: económica e social. Se, por um lado, a maior proximidade ao mercado de trabalho pode garantir “menor desemprego” e melhor performance laboral, por outro, estas opções educativas e formativas levam também à ligação entre gerações, “bem como à “coesão e integração social”.

shutterstock 284521841


De acordo com o relatório Da Educação ao Emprego, estas mais-valias nascem das características muito próprias do ensino profissionalizante. “Ao permitir adquirir competências mais específicas” e orientadas para o trabalho, estes cursos são uma das formas de “solucionar a falta de qualificações úteis e relevantes de que tantos empregadores se queixam”.

Segundo a definição atual, o Ensino Profissional é composto por todas as formações de dupla certificação, ou seja, as formações que juntam uma parte escolar e uma parte profissional no seu currículo. Desta forma, dividem-se nas componentes sociocultural, científica, técnica e de formação em contexto de trabalho.

 

shutterstock 213330343

A formação em contexto de trabalho é vista como um dos fatores de estímulo à empregabilidade. É que, através da realização de um estágio, os alunos do Ensino Profissional garantem um primeiro contacto com o mercado de trabalho. Os dados mais recentes (2014) do Observatório de Estudantes à Saída do Secundário, parecem confirmar esta tendência. Cerca de 45,7% dos alunos do Ensino Profissional integrou o mercado de trabalho após terminar o curso.

E o prosseguimento de estudos?

Estes são cursos orientados para a preparação para uma profissão. Contudo, o Ensino Profissional não fecha a porta ao prosseguimento de estudos, nomeadamente a nível superior. De resto, segundo os dados do Observatório dos Estudantes à Saída do Secundário, referentes a 2014, cerca de 29,5% dos alunos que concluem vias profissionalizantes continuam os seus estudos, sendo que cerca de 6,6% estudam e trabalham, simultaneamente.

Segundo a informação disponibilizada pela Associação Nacional de Escolas Profissionais (ANESPO), para se candidatar ao ensino superior, um aluno vindo de uma modalidade profissionalizante “terá de realizar dois exames nacionais” – um à disciplina de Português e um exame “à escolha dos alunos” de entre as disciplinas “específicas definidas por cada estabelecimento de ensino superior”

.

Ep

 

O que é a dupla certificação?

Os cursos profissionalizantes garantem um diploma de Ensino Secundário e, simultaneamente, uma certificação profissional de nível 4 do Quadro Nacional de Qualificações (ao contrário do nível 3 do secundário em científico-humanísticos). Isto deve-se à junção das componentes escolar e profissional (dupla certificação).

 

Como se estrutura um curso profissionalizante?

O currículo é dividido por módulos – unidades de aprendizagem autónomas. No final do curso, não é obrigatória a realização de exames nacionais, sendo que a prova de avaliação final é a PAP (Prova de Aptidão Profissional). Esta envolve a demonstração, perante um júri, das competências que foram aprendidas nas aulas e durante o período de experiência profissional.